terça-feira, 4 de junho de 2013

Grave, Estorvo, Entrave.



Ambas as preocupações eram de dobrar esquinas. Outra esquina e mais correria, olho apertado, lábio rosnando e rosto vermelho rubro, mas eu sempre levo pra outro lugar. Sem combustível pra te por a não precipitar, coçando o braço, disfarçando qualquer agonia, garganta em nó, veia saltando na testa e bufando alto, só que não chegamos em qualquer lugar. Ô vitalícia, deixa pra lá. Era bem melhor eu me jogar, soltar faísca e começar a falar. Só que não sei de nada. Eita mentirinha desgarrada, vem só pra despistar, sempre despistar. Pega um atalho, tira a roupa e joga pro alto que hoje é dia de nego astuto se estripar. Contundente se põe em prosa, sempre pra frente e não chega ao fim, não pode chegar. Pode rimar. Sonho com quem não quero em versinho de léro-léro e se controverso e bem-te-quero, talvez até deva continuar. Tô fazendo de novo à meia-hora e tu não se da conta o que te prosa, só me promete não desconfiar? Te vejo de amarelo lá na ruela, suja de cinza e tão ranzinza que faz a rua inteira brilhar. Esquina assim se tu consegue eu também tento embelezar. Ah! Que raiva que me da, morena lenta, curta e grossa calando sempre desbocada. E eu não tô falando nada. E eu não tô falando nada. Agora aguardo a tua esmera de algo que me devolva o ar.

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