segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um Rei e o Zé


Um rei me disse que quem deixa ir tem pra sempre.
E me contou que só foi rei porque pensava assim
Tão diferente.

E eu, que andava assim tão zé,
Deixei que tudo fosse e decidi olhar pra frente,
Mas não vi nada.

E o rei me disse:
“A pressa esconde o que já é evidente.
Foi do meu lado que eu achei o que me fez assim
Tão diferente.”

E eu, que corria assim tão zé,
Deixei que tudo fosse e decidi mudar de frente,
Mas não vi nada.

Não leve a mal,
Eu só queria poder ter outra filosofia,
Mas não nasci pra conversar com rei.

domingo, 19 de setembro de 2010

Culpa, cabe a ninguém.


Estúpido, imoral, violento, lamentável e sem coração. Atencioso, simpático, carinhoso, protetor e mole. Alguém tem de ter culpa por tudo isso, alguém a carrega como a bandeira branca que tem o poder de fazer a guerra encontrar seu fim. Por motivos estúpidos esbarramos com problemas atípicos, coisas tolas e coisas sérias, ou nem tanto. De fato por ser estúpido o homem consegue enxergar seus erros e mudar parar melhor, mas falando mais que sério, por estupidez a culpa cabe a ninguém. Sobre esse negócio de moral eu não posso contestar, é imoral e ponto final. Por inúmeras vezes pisamos e limpamos a imundice de nossos pés na moral, murchando-a até desaparecer e só então retornar com cara de imoral, e tudo num piscar de olhos, mas cabe a ninguém essa culpa tão grotesca. Violência não física, tirando o fato de eu não saber me conter em alguns momentos, mas enfim, violência verbal é a culpa solidificada, mesmo sem ser sólida, mas imagina como fosse a pedrada que você recebe depois de um “eu não me importo com você”. É a dor de receber qualquer palavra ofensiva de quem só se espera vomitação de arco-íris. Mas por isso, a culpa também não cabe a ninguém. Chegamos ao ponto auge, lamentação. Há certa política dentre essa coisa que inicialmente tem o poder de deter a lamentação, de não atrela-la ao arrependimento, e nisso todos concordamos e assim a sangue frio assassinamos o arrependimento. Mas estamos falando de ser lamentável, ouvir uma música e surgir um tom de lamento ao “parece que o amor chegou aí, eu não estava lá mas eu vi”, ou simplesmente nos entorpecer ao sentir o cheiro da pele numa simples peça de tecido. Por lamentar não nos deixamos partir, porque não é necessário um adeus de colo a lamentar pelo lamento já enrugado. Por ser lamentável as lembranças se põe a seguir verticalmente ao topo do cume, lá mesmo onde o vento é mais leve, o estomago congela e sempre há um sorrizinho de canto de boca com “felicidade” estampado em negrito. Então, por ser lamentável a ninguém cabe a culpa. E como dito antes a forma pouco me importa, as palavras sempre me faltam mas mesmo assim sempre vou tentar dizer, ou deixar subentendido. Não nadei até aqui pra morrer na praia, me falta ar mas eu continuo até chegar a ilha, continuo a esperançar meu ar no chão firme e paradisíaco. Convenhamos, somos ninguéns muito alguéns, não é?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A Grande Idéia Genial


Dance, dance
Será feliz então
Como é que se diz
Alguém assim Mas que contradição!

Parece que nunca vai
A prece que ela já vem contar
Os dias de paz
Que nunca vêm
Nunca vêm

Dançar, dançar
Nunca vêm dançar

Mova-se
Foda-se
Ela já cansou de ver
O que simplesmente
Mente, suga e toma de você
Mas deixe a considerar
O espaço que ela já tem e vê
Que tudo que faz o bem maior

Você
Já tem
A grande ideia genial
Então
Porque que não divide com ninguém?
Você já faz
Ideia do que faz
E mesmo assim
Pra mim
Não faz mais que o seu papel.

Vomitando Arco-íris


Foi de prosa atoa em um longo caminho, dos desdenhos de quem não tanto se importa como se imaginava que saiu a profana realidade que me envolveu. Após longos duelos de ego e nem tão ego assim pousou sobre o lírio ao redor do meu lago e me veio falar o que não falara, como assim, logo pensei, logo depois já me punha a não mais interessar. Agora tenho rédias, e outras pessoas perdem as suas. É mais ou menos como se fosse o aniversário que o presente na verdade é uma lembrancinha, daquelas quase inúteis mesmo. Foi de reflexão conformada de rotina meio aleatória que me fiz entender, ou não tão bem assim, digamos que fiz minha própria conclave sozinho e durou muito tempo para a escolha, que nem foi escolhida a fim. A pedra no sapato é meio aguda, se andar dói, de parar dói, se deitar dói, se respirar dói, pensar dói, saudade dói. Faz falta, e obviamente não é tão simples como um não ou um sim de borda de talvez enfim, e bla bla bla que sempre há pelos arredores de quem, bem, não é questão de não saber, é na verdade não querer explicar. Há quem se apegue por insistência do tempo, mesmo depois de conturbadas controvérsias, inúmeros acontecimentos desastrosos, mas que a amizade não lapida tão fácil, se põe em rigidez absoluta. Também há quem costumava andar por dois mundos, dimensões paralelas e sutilmente distintas, uma preto e branco e uma em cor viva. E logo se pôs a confundir cor por não cor e unir as tintas em tons apastelados e mais sem graça, involuntariamente. Logo então há quem se olhar, enxergar é outro quesito, mas só de olhar já há satisfação. Quem para um dia agitado e o resume em uns 2 segundos de olhar rápido e desajeitado com tanto movimento que o pensamento só chega depois. Quem se faz presente sem estar, talvez por costume de amor de lero lero, ou talvez só por lembrar-me tanto os dedos entre meus cabelos. Foi de prosa atoa em um longe caminho, que a proteção não me protejera, ao invés, me agrediu de forma até sublime. Nessa viajem eu parei de vomitar arco-íris e isso não é uma coisa boa.

domingo, 12 de setembro de 2010

Do Mesmo Ar


Oh, linda menina
Escute essa canção
Pra você que não entende
O que é paixão

Oh, linda menina
Do meu coração
Quando menos se espera
Se encontra a solução

Oh não... cansei de viver nessa situação
Assim, aquele olhar que não é capaz
De se entregar a alguém
Que pede perdão

E então, o sonho de ter você em minhas mãos
Difícil é ter que agüentar
Ver você passar e não poder respirar
Do mesmo ar

Desculpa, amor
Como eu te amo
Como te redescubro, amor

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ausência de Queda.


Me desculpe, a pausa para o cafezinho foi longa, eu sei. Passa muito longe dos meus caóticos pensamentos querer ser demitido, é sério, não estou pretendendo fazer um coffee break tão longo de novo. Então, onde estávamos? Ah sim, na parte em que começamos a questionar a realidade, a nós mesmos e os que nos cercam, claro. Estamos presos entre dois mundos, e temos que escolher em que chão andar. Erguer as mãos não para o alto, mas para as pessoas que nos tornaram do jeito que somos, agradecer pelos malditos que destruíram parte das coisas que nos mantém boas pessoas e nos conformar em talvez sim, talvez não. Tiro o meu chapéu para os pobres coitados que pensam que nada de melhor pode sair daqui, que seremos sempre da média para baixo e que nossas expectativas não passaram só de expectativas. Dos que olham para nós com desprezo por notar algum defeito errante, embaçando seus pobres olhos e privando-os de enxergar nossa qualidades. Espero que continuem assim, os ignorantes que são, para que eu possa me sentir melhor que alguém. Sabe, eu tomei gosto pela mentira, tudo bem, eu confesso que ela me seduziu aos poucos e eu dei o braço a torcer porque quis. Você sabe que eu não consigo resistir a lábios carnudos, uma respirada no pescoço e conversar baixinho pra ninguém acordar. Não precisa nem olhar assim de cara torta, a mentira só te deixou mais atraente. Eu sei, estava até demorando, mas eu não vou justificar minha ausência, pois então conforme-se que eu esteja aqui e querendo o seu bem. Mentira, eu vou falar, é que eu fui alí pegar o café, ai eu caí de cara no chão, por isso demorei. Claro que “caí de cara no chão” é uma expressão que tomou o lugar da explicação do tempo ausente, eu sou assim e você sabe. Quem tem pressa sempre chega tarde, é só lembrar. Me faz um favor, pega lá um café pra mim e cuidado ao cair, tudo bem? Com licença, tenho que voltar ao trabalho, até logo.