domingo, 19 de setembro de 2010

Culpa, cabe a ninguém.


Estúpido, imoral, violento, lamentável e sem coração. Atencioso, simpático, carinhoso, protetor e mole. Alguém tem de ter culpa por tudo isso, alguém a carrega como a bandeira branca que tem o poder de fazer a guerra encontrar seu fim. Por motivos estúpidos esbarramos com problemas atípicos, coisas tolas e coisas sérias, ou nem tanto. De fato por ser estúpido o homem consegue enxergar seus erros e mudar parar melhor, mas falando mais que sério, por estupidez a culpa cabe a ninguém. Sobre esse negócio de moral eu não posso contestar, é imoral e ponto final. Por inúmeras vezes pisamos e limpamos a imundice de nossos pés na moral, murchando-a até desaparecer e só então retornar com cara de imoral, e tudo num piscar de olhos, mas cabe a ninguém essa culpa tão grotesca. Violência não física, tirando o fato de eu não saber me conter em alguns momentos, mas enfim, violência verbal é a culpa solidificada, mesmo sem ser sólida, mas imagina como fosse a pedrada que você recebe depois de um “eu não me importo com você”. É a dor de receber qualquer palavra ofensiva de quem só se espera vomitação de arco-íris. Mas por isso, a culpa também não cabe a ninguém. Chegamos ao ponto auge, lamentação. Há certa política dentre essa coisa que inicialmente tem o poder de deter a lamentação, de não atrela-la ao arrependimento, e nisso todos concordamos e assim a sangue frio assassinamos o arrependimento. Mas estamos falando de ser lamentável, ouvir uma música e surgir um tom de lamento ao “parece que o amor chegou aí, eu não estava lá mas eu vi”, ou simplesmente nos entorpecer ao sentir o cheiro da pele numa simples peça de tecido. Por lamentar não nos deixamos partir, porque não é necessário um adeus de colo a lamentar pelo lamento já enrugado. Por ser lamentável as lembranças se põe a seguir verticalmente ao topo do cume, lá mesmo onde o vento é mais leve, o estomago congela e sempre há um sorrizinho de canto de boca com “felicidade” estampado em negrito. Então, por ser lamentável a ninguém cabe a culpa. E como dito antes a forma pouco me importa, as palavras sempre me faltam mas mesmo assim sempre vou tentar dizer, ou deixar subentendido. Não nadei até aqui pra morrer na praia, me falta ar mas eu continuo até chegar a ilha, continuo a esperançar meu ar no chão firme e paradisíaco. Convenhamos, somos ninguéns muito alguéns, não é?

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