quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2009, valeu.




ah, se eu agüento ouvir outro não
quem sabe um talvez ou um sim
eu mereça enfim.

é que eu já sei de cor
qual o quê dos quais
e poréns dos afins
pense bem
ou não pense assim!

eu zanguei numa cisma, eu sei
tanta birra é pirraça e só
que essa teima era eu, não vi
e hesitei, fiz o pior
do amor amuleto o que eu fiz?
deixei por aí...
descuidei, dele quase larguei
quis deixar cair.
mas não deixei
peguei no ar
e hoje eu sei
sem você sou pá-furada.

ai, não me deixe aqui
o sereno dói
eu sei, me perdi
mas êi, só me acho em ti.

que desfeita a intriga, o ó!
um capricho essa rixa; e mal
do imbróglio que quiproquó
e disso, bem, fez-se esse nó.
e desse engodo eu vi luzir
de longe o teu farol.
minha ilha perdida é aí
o meu pôr-do-sol.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Conclusões súbitas e a morte do orgulho.


Olha quem está por aqui! O tal que diz não ter coração, como não? Tudo bem, desisto de desistir. Sendo que a desistencia não partiu daqui, não partiu daqui mesmo. Nunca largaria meus princípios por dúvidas errantes. Nunca aceitaria um dúbio sentimento que me dividisse ao meio. Se é por orgulho, pego o meu e atiro pela janela, mando assassinar, esfolo como se não fosse nada. Eu estremesso só de pensar em não conseguir. Finjo sim, e muito bem, sempre fui um fingidor nato, sempre ostentei um sorriso só, sempre consegui falar da boca pra fora que está tudo bem, ótimo, melhor impossível. Sim, esse é totalmente direcionado. Sem menos, sem mais. É pra entender, parar, pensar, parar de novo, voltar a pensar e concluir. Nunca abdiquei de tantas coisas como agora. Não fiz por mal, não fiz por bem voluntariamente. Não sou santo, não sou normal, não tenho boas rimas, não tenho uma carinha linda. Mas estufo o peito quando vejo algo que almeijo. Ecoando seco quando te vejo. Recordo, discordo em gênero, número e grau, não de você, mas da situação em si. Ah, tá bom. Fala que não, fala que não há nada, fala que sobrou um choramingo sem pé nem cabeça, que eu estou na beira da estrada pedindo carona e você vai passar direto, fala. Que tenha coragem de enterrar vivo um coitado. Se duvidar de qualquer questão, me pergunte, eu não mordo. Eu só grito, bato o pé, me preocupo, me embreago e saio a cantar. Pra não falar que não convenci, deixo exposto aqui que não sou o mesmo deste então, mudei pra pior sem ter a menor vontade de melhorar. O que melhora é o amor que aqui vigora, vigorava? Amor é uma palavra forte por si só, então é exagero, mas uma frase de efeito não é tão exagero assim. Da minha parte fica vontade, da sua parte, espero, espero, espero, to cansando de esperar, mas espero a mesma vontade. Olha só, é realmente difícil falar, mas me engrandece do mesmo jeito saber que expresso aqui um dó de ti, em mim.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Satisfação - A Maldita Vadia Que Não Para Quieta



Avisa que é pra se entregar! Qual o problema em se entregar? Seja medo de um “não” ou não, pula, se joga, se atira, se enrola. A perfeição nunca será alcançada, nunca! Nem os maiores pintores faziam obras perfeitas, nem os maiores músicos conseguem agradar a todos os ouvidos, e eu não consigo fazer carinho e dar atenção ao mesmo tempo. Se entrega mas mantenha a postura, esnobe o seu orgulho, ignore os comentários que vem de fora da sua cabeça, acorda! Já parou um dia e notou que nunca estamos totalmente satisfeitos com o que temos, temporariamente a satisfação para por aqui, senta e toma um chá, fica uns 20 minutos, sai sem pagar, sem dar a menor satisfação e ainda rindo da sua cara. Quando ela se vai normalmente mudados tudo a nossa volta, mudamos até a nós mesmos, que diabos. Isso não se aplica a todas as pessoas, é claro, mas é só mais uma vizão de alguém que “acha” muitas coisas sobres as pessoas. Voltando a satisfação, a maldita vadia que não para quieta. Quando ela se vai nosso ouvido começa a dar linha eternamente, parece que o barulho se foi. Mas peraí, nunca é bom quando a festa acaba, nunca é bom quando a música tem um fim, nunca é bom, nunca será, e não me venha com essa de que você é muito mais diferente de todas as pessoas que eu já conheci na minha vida. Um dia eu fui no penhasco mais alto que eu encontrei, dei uma lenta olhada da vista, respirei o mais fundo que eu consegui e me atirei. Passei incontáveis dias em queda livre, quase voando, indo de lugar em lugar, vivendo bons momentos, nesse momento eu ouvia o barulho o tempo todo, eu sei o quanto é bom. Tudo bem que quando eu cheguei a solo, caí meio de lado, meio sem jeito, acho que eu sinto uma dor até hoje. Mas a o meu ouvido não dá mais linha, só que eu sempre estou com música alta aqui. Pelo menos serve pra me enganar, como algumas vagas almas sempre fazem. Se joga, flutuar ou cair de cara, aí depende do barulho.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Verdades Começam Em Mentiras



Se enjoar, larga de lado. Se aborrecer, manda pra escanteio. Se reclamar, fala pra calar a porra da boca. Se mentir, boa sorte. Se revelar, azar o seu. Se pedir desculpas, o problema não é meu. Se enrolar mais, a fila anda. Se valer a pena, faz o moonwalk. Se gritar, tapa os ouvidos. Se falar, fala também. Se sorrir, continua a piada. Se te olhar, não olhe pra outra direção nem que o mundo se parta em bolas de fogo. Se fechar os olhos e olhar pra baixo, é sua, ou não. Sem mais entardecer, esclareci. É claro que o claro é quase uma luz, ilumina aqui, ilumina aí. Esclarece pra mim o que lhe convém, assinala em vermelho vivo qual é a sua meta. Sabe, de onde vem a calma também vem o furacão. Não seja pior que eu, eu já sou bem ruim. Se realmente fosse receber tudo que mereço, é, não teria muita coisa. Não que seja tão só, é uma simples questão de ponto de vista, quase cega. Ainda bem que de vez em quando vem uma luz pra aquecer. Se entender, me explica.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Condicional



Quis nunca te perder
tanto que demais
via em tudo céu
fiz de tudo cais
dei-te pra ancorar
doces deletérios

e quis ter os pés no chão
tanto eu abri mão
que hoje eu entendi
sonho não se dá
é botão de flor
o sabor de fel
é de cortar

eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu, muito bem

quis nunca te ganhar
tanto que forjei
asas nos teus pés
ondas pra levar
deixo desvendar
todos os mistérios

sei tanto te soltei
que você me quis
em todo o lugar
lia em cada olhar
quanta intenção
eu vivia preso

eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu
o que eu queria o que eu fazia o que mais?
e alguma coisa a gente tem que amar
mas o que não sei mais

os dias que eu me vejo só
são dias que eu me encontro mais
e mesmo assim eu sei também
existe alguém pra me libertar

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Eu Não Combino Comigo




É só um ponto de vista, mas se é pensado, é presente. Eu não combino com ninguém. Tudo bem, sem tanto exagero, com quase ninguém. “Quase” torna as coisas um pouco difíceis, mas se tudo fosse fácil a vida não teria esse explendor de sua graça. Retomando de cór, eu não combino contigo, com a outra, com aquela alí, eu não combino nem comigo mesmo. Não combino minhas roupas, só combino as cores por influência pessoal e profissional. Essa coisa de combinar é muito vaga, até porque, pra mim o verde combina mais com a inteligência flutuante, o vermelho com a explosão do carisma, o branco com a sensação do sorriso, o azul com a volúpia da amizade, o amarelo com a fuga a sobriedade hepática, etc. Eu faço tudo do meu jeito. Ignoro o que me vem dizer, simplesmente santifico o acaso, deixo ele sair correndo. Meus olhos se voltam a algo que me deixa desconsertado, está longe e perto ao mesmo tempo, me faz pensar em como agir, como dizer, como fazer. Combine ou não, quem sou eu pra me segurar.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Se vou te alcançar ou não, pouco me importa.





Chega a ser ridículo o jeito que esse desapego me pegou, tornando-se o que minha personalidade transborda aos montes, essa sensação de “tudo bem pra mim, pra você, não me importa”. Além das brincadeiras do “sem coração”, muito mais além, lá onde o sério está, lá que eu me encontro assobiando junto com um branco distante, profundo e intocável. Aliás, as cores estão fugindo de mim, estão se dispersando rapidamente, desesperadas por um local mais seguro. Mesmo sem elas, eu vou enriquecer. Mesmo sem um órgão que faz meu sangue correr, eu vou me mexer. Mesmo com o desapego, eu vou me apegar. Afinal, se a música é bela, quem canta ela é quem eu quero ensinar a fazer assim, desse jeito que me desconserta ao ouvir uma tal música. Me apaixonei por um olhar distante, que quando se aproxima me faz olhar pra baixo com o carisma que trás no ar que a rodeia. É uma certa música de sereia, de fada, de areia do mar, de nuvem do céu e de uma menina pequena, charmosa e misteriosa, ao meu ver. Se vou te alcançar ou não, pouco me importa. Só me importa o flerte, é a melhor parte, não é?