quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Avante.



Acordei já entregue aos bocejos. Ressenti, mas fingi que o lampejos eram a graça do novo dia. Esse foi um erro. Recordei um bando de coisas que estavam largadas no canto, sem retomar seus valores, coisas de canto você sabe são coisas de canto. Refleti, porém os trejeitos lembrados acabaram com a graça do dia. Esse foi outro erro. Resolvi me levantar com o olhar turvo, bocejando, concentrando, bocejo, estico o braço, estico o outro, alongo, algo estala, esfrego os olhos, fungo, coço a cabeça, fico de pé. Levantei já entregue aos bocejos de anseio ao conflito. Conflito interno de externa mensura, ao lado esquerdo que pulsa em "tum-tum" de "tã-tã". Acordei já entregue ao anseio. Só que preguiça me ganha inteiro. Mais um bocejo.

Avante.

Quando este eu deu por si a chuva já lhe caia sobre os ombros. As pessoas ao redor não se continham em avançar pela mesma. Um mar de céu cinza e pessoas de preto com seus guarda-chuvas pretos, seus semblantes sem sinal de amargura, charme ou simpatia, preto. Balanço a lama dos pés e esqueço o terceiro erro. Lembro de correr atrás de algo que me vem na mente de relance, reconheço que estou quase perdido em chuva forte, ah sim, esse foi o terceiro erro.

Avante.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Grave, Estorvo, Entrave.



Ambas as preocupações eram de dobrar esquinas. Outra esquina e mais correria, olho apertado, lábio rosnando e rosto vermelho rubro, mas eu sempre levo pra outro lugar. Sem combustível pra te por a não precipitar, coçando o braço, disfarçando qualquer agonia, garganta em nó, veia saltando na testa e bufando alto, só que não chegamos em qualquer lugar. Ô vitalícia, deixa pra lá. Era bem melhor eu me jogar, soltar faísca e começar a falar. Só que não sei de nada. Eita mentirinha desgarrada, vem só pra despistar, sempre despistar. Pega um atalho, tira a roupa e joga pro alto que hoje é dia de nego astuto se estripar. Contundente se põe em prosa, sempre pra frente e não chega ao fim, não pode chegar. Pode rimar. Sonho com quem não quero em versinho de léro-léro e se controverso e bem-te-quero, talvez até deva continuar. Tô fazendo de novo à meia-hora e tu não se da conta o que te prosa, só me promete não desconfiar? Te vejo de amarelo lá na ruela, suja de cinza e tão ranzinza que faz a rua inteira brilhar. Esquina assim se tu consegue eu também tento embelezar. Ah! Que raiva que me da, morena lenta, curta e grossa calando sempre desbocada. E eu não tô falando nada. E eu não tô falando nada. Agora aguardo a tua esmera de algo que me devolva o ar.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Asco




Já não sei mais
Por dar aval sim
Mesmo se for dó
Não sei se sei

Meus pés na ponta
Dobrando e empurrando
Pra fora de mim

O gaguejo e talvez
Aperto de mão
Tapinha no ombro
Não quer, mas eu ei

De mostrar quem desmonta
Curvando em galanteio
Pra perto do sim

Já não sei mais
Se asco ou deleito
Mesmo se for dó
Não sei se sei

buá, buá, buá



Ah! Mesmo se conseguir o que quer tudo termina em buá, buá, buá. Ou simplesmente passa choroso e tinhão, ah, esse carinho de antemão de ante-nada. Mas realmente antes isso do que realmente o nada. Realmente possível. Posso até estar errado nesse negócio de errar no engano enganando quem não tem nada de errado a não mostrar só de birra por não errar, e olha lá outro buá, buá, buá. Chora não que esse negócio de chorar é pra quem não sabe ser. Assim eu sou, a vida é tão veloz que meu peito sai de bla, bla, bla e não consegue para no buá. Ok, você notou mas tudo bem. Eu sei, eu sei, eu não paro de enrolar pra não demonstrar meu buá. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Incensário.



Plenitude, e então, sobriedade. Mas então, solidão. Não é que seja um daqueles textos armagurados sobre espelhos que refletem a verdade. Nem contos de problemas e desventuras de um não tão cotidiano assim, simplório social. Tão pouco algumas desculpas escondidas em belas palavras de amanhecer as vontades. Não é não, é quase saudade. Suprimi algumas cobranças, recobri certos problemas, convoquei os meios de escapar do breu. Abrindo as portas ao clarão, e olha lá, não cegou. Muito menos sossegou. A saudade me lembrou de um cheiro meio lavanda de um amarelo da coisa mais linda. Do mundo, do mundo. Recuso-me a recobrar essa tal de consciência a qual suprindo não vi, re-vi e mesmo assim suprimi. Soprei ao ar, ao relento, ao lento tempo de asas dobradiças. Não é só o cheiro, é o senso de talvez ser um incenso. Tudo fica meio sem graça se não da pra sentir a lavanda dos dias que brilharam. Só não deixa ofuscar muito, senão cega mesmo. E segue amarelo o incenso, senso, de talvez, quem sabe, um dia. 

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Carinho



Recorri a um argumento mais simples, talvez por ser simples e só carinho. É que não consigo mais complicar por passar horas explicando, vendo e revendo num total de artifícios a ponto de comungar a estadia no meio dos queridos entes, amigos e ressentes probleminhas de ponta de nariz. Pra falar a verdade explicar não vai te proteger do calor do sol, muito menos te aquecer naquela maldita chuva de meia noite, nem tapará teus ouvidos aos desafinados gritos da incompetência passageira. Ao invés disso, ressurgirá o assassino do daquele já esquecido e antigo outro ego, competente como sempre e revogará o calor que corta. Talvez exista a chance de não confiar demais, ou de falar de menos, mas a quem vamos enganar, um argumento simples é simples e só. Carinho.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sua forma é irregular.




Sei que você sabe, que eu sei que você sabe. Até porque sua forma é irregular. Não me atreveria a regular uma posição remediada e afagada por tão pouco, mas tão eficaz sentido. Até cheguei a pensar que esse controverso sentido que eu digo agora não existisse. E talvez não tenha existido no tempo em que o crepúsculo e o amanhecer eram praticamente um só, quando assim, sentíamos os nós na garganta de todos que nos viam a sorrir só de olhar, ver, rever. Revendo hoje, chego a conclusão alguma. Sei que você sabe, que eu sei que você não concluiu nada também. Um nada bem amigável, abrindo os caminhos de um possível futuro de bem me quer. Quero colo, sei, colocar tudo em seu mais efetivo lugar. Nunca arriscaria um tal prazer em fé de não acalentar corações por bel comodismo. Sem sequer olhar no espelho e notar as tais olheiras, supus que melhor seria um limiar de recolha em sorte de amar. E que sorte, sortudo mesmo, só. Mas sei que você sabe, que eu sei que você sabe sobre a irregularidade contida aí nas frases tremulas repletas de desculpas e indisciplinadas controversas ao acaso, que ao meu ver não são contra em um polposo enfim. Até porque se fosse de regular confirmaria as coisas como artificialmente se apresentam. Mas sendo assim, me olha nos olhos e faz-me regressar a um abraço de conotação emocionalmente vital. Pensei em algo abstrato e irregular como seu sopro de angústia e paixão. Você é o Sol. Sem sua luz, todo o meu mundo fenecerá. Pois então, tenha em mente Sol, seja a coisa mais linda do mundo, toda de amarelo. Que coisa linda.