Me desculpe, a pausa para o cafezinho foi longa, eu sei. Passa muito longe dos meus caóticos pensamentos querer ser demitido, é sério, não estou pretendendo fazer um coffee break tão longo de novo. Então, onde estávamos? Ah sim, na parte em que começamos a questionar a realidade, a nós mesmos e os que nos cercam, claro. Estamos presos entre dois mundos, e temos que escolher em que chão andar. Erguer as mãos não para o alto, mas para as pessoas que nos tornaram do jeito que somos, agradecer pelos malditos que destruíram parte das coisas que nos mantém boas pessoas e nos conformar em talvez sim, talvez não. Tiro o meu chapéu para os pobres coitados que pensam que nada de melhor pode sair daqui, que seremos sempre da média para baixo e que nossas expectativas não passaram só de expectativas. Dos que olham para nós com desprezo por notar algum defeito errante, embaçando seus pobres olhos e privando-os de enxergar nossa qualidades. Espero que continuem assim, os ignorantes que são, para que eu possa me sentir melhor que alguém. Sabe, eu tomei gosto pela mentira, tudo bem, eu confesso que ela me seduziu aos poucos e eu dei o braço a torcer porque quis. Você sabe que eu não consigo resistir a lábios carnudos, uma respirada no pescoço e conversar baixinho pra ninguém acordar. Não precisa nem olhar assim de cara torta, a mentira só te deixou mais atraente. Eu sei, estava até demorando, mas eu não vou justificar minha ausência, pois então conforme-se que eu esteja aqui e querendo o seu bem. Mentira, eu vou falar, é que eu fui alí pegar o café, ai eu caí de cara no chão, por isso demorei. Claro que “caí de cara no chão” é uma expressão que tomou o lugar da explicação do tempo ausente, eu sou assim e você sabe. Quem tem pressa sempre chega tarde, é só lembrar. Me faz um favor, pega lá um café pra mim e cuidado ao cair, tudo bem? Com licença, tenho que voltar ao trabalho, até logo.
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