sexta-feira, 10 de julho de 2009

Rasurei, mas não deu certo.


                                                       “Pensamento não paga imposto”
                                                                      William Shakespeare 


O que mais me incomoda é sonhar com coisas boas que me fazem suspirar, mas que ao acordar me deixam extremamente inquieto. Exemplos de sonhos: relacionamentos passados, situações embaraçosas, vandalismo (esse às vezes é legal), religioso, abstrato, totalmente sem nexo, zumbis (me amarro em estórias de zumbis, mas esse é o mais tenso). Até aí é tranquilo, mas pensar antes de dormir é a parte preocupante. Antes de dormir nosso cérebro parece não responder ao comendo do próprio, a parte que comanda as lembranças, a parte que comanda o sonho, vão todas ao mesmo tempo pro liquidificador. Então, subitamente massas de pensamento em formas de imagens emergem à sua visão, as coisas mais bizarras se mostram claras, e as situações mais inconvenientes (para uma conversa), vem à tona. Ontem antes de dormir me veio esse vislumbre entre real e sonho, xinguei pessoas próximas, falei verdades pra outras, e quando estava quase dormindo caiu algo no chão, uma pasta ou algo de plástico, então eu acordei. Naquele momento eu vi que pode vir a ser perigoso pensar antes de dormir, só que eu não consigo parar de pensar, sou viciado em pensamentos. Sendo assim, sempre que for dormir posso fazer qualquer coisa que queria, ou que não queria, porque é irremediavelmente involuntário. Mas te falar, prefiro sonhar com zumbis do que ficar nessa de ter conversas indelicadas com quem não se quer falar. Enfim, essa massa inerente de pensamentos amorfos é a coisa mais imprevisível do mundo, quer dizer, não do mundo, é uma ponte entre o mundo e o sonhar. Viajei, eu sei, e sempre vou viajar, com pés descalços, bolsos vazios e mente aberta!

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