terça-feira, 27 de julho de 2010

Sílaba Tônica: Não.


Me sinto ridículo, pessimamente ridículo. Dizem que não sei dizer um sim pra variar, normalmente sai um não com uma couraça grossa e nada amigável. Deixa só esclarecer algumas coisas. Um, não me adapto a essa coisa pegajosa e parasitária social, não confundo minha posição social com lampejos de alegria de plástico de brinquedo de carnaval, daquelas que se usa uma ou duas vezes e já tem que jogar fora. Dois, eu não sei dizer não, fico por aí apaziguando temores, ouvindo rumores, esquentando minhas orelhas no forno com o fogo mais cortante toda semana, e ainda assim o não, não é proferido. Três, não é por isso que eu saio por ai transbordado de sim pelas calçadas, fazendo caridade as pobres almas ao meu redor, colocando uma afirmação positiva no meio da rua movimentada assim atoa. Quatro, de uns tempo pra cá eu ando muito irritado, é raiva de deixar o rosto vermelho sangue, descobri que não sou imune a deboche, falta de carácter e imaturidade. Cinco, preciso que o novo me dê uma mão, o antigo me puxa pra baixo muito rápido, estou imerso num lodo meio pesado, fica meio difícil de esquivar de algumas coisas preso assim. Eu quero o futuro agora, esse presente está totalmente sem sal. Se faz parte do presente, não se assuste se a resposta pra sua pergunta for não. Provavelmente é.

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