domingo, 13 de setembro de 2009

Chama, Me Chama Que Eu Vou.


Essa onda de calor não me faz raciocinar direito, nada funciona direito no calor. Só se for aquele calor do corpo, aí sim, mas em contra partida ninguém raciocina direito nesse tipo de calor. Quente, rápido e voraz. Devora tudo que te incomoda naquele momento, apagando até as mais grotescas crises existenciais. Já que afirmarmos o “existir” quando alguém te reconhece como um outro, demonstra que você vale muito, ou pouco, ou nada, tanto faz, mas demonstra. O suor é o sinal mais claro nos momentos desse “existir”, nesse calor de matar. Não consigo raciocinar mesmo assim, é quente demais. Se esquenta é bom, se esfria é ruim, se esquenta ninguém se aguenta, se esfria ninguém me ama, se esquenta todo mundo corre, se esfria todo mundo se junta, se esquenta a culpa é minha, se esfria eu dei mole, se esquenta o corpo fica mole, se esfria um tapa dói em dobro, se esquenta não dá pra fugir, se esfria não dá pra se esconder, se esquenta eu quero um abraço, se esfria eu quero ficar em baixo da coberta, se esquenta minha cabeça fica cheia, se esfria ela esvazia e eu reclamo, se esquentar eu boto fé, se esfriar eu faço esquentar de novo. Então se está quase morno? Eu uso o meu fogo? É a chama, me chama que eu vou. 

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