segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Fugindo às Claras


“Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações.” 
                                                                                         Vicent Van Gogh 



Pede pro tempo me esperar que essa é a saideira, afinal, ta tarde demais pra ficar por aqui. Avisa que eu já estou indo pra casa, liga pra dizer que estou pálido de indecisão. Enrola pra não dar bandeira, diz que pareço ótimo, melhor que nunca, fala que é pra esperar e ficar bem. Ajuda a distrair, chama toda atenção pro lado de lá, que hoje eu vou correr pro outro lado. Mas tem que ser de mansinho porque tudo o que é súbito sobe rápido e cai mais rápido ainda. Amacia a carne, acalma a quem realmente te enxerga, espera eu esquivar dos olhares prepotentes. Quando estiver seguro pra entrar, avisa, mas fala baixo, não quero acordar ninguém de um sono tranquilo que sirva de palco para alguns sonhos. Recorda, não esquece que abraço é a chave da porta, saindo por ela existe um mundo inteiro pra se andar. Mas calma, não quero me despedir de ninguém antes de sair, até porque eu espero voltar, em breve, suponho. Não é fácil fingir, então pode parar, não seja hostil com seu próximo, aliás, não seja com nada. Eu queria que essa saidera fosse maior, que no final ela me inundasse de você em mim. Considere isso é uma fuga, estamos fugindo de nada, mas mesmo assim, com aquele frio na barriga.


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